Minha foto
cartógrafo de letras, sensações e pássaros

7.06.2011

TEXTO XXXIII : DEZESSEIS COISAS QUE APRENDI INVENTANDO

  • Paredes são cercadas porque lâmpadas são alérgicas à realidade 
  • O mofo forra a morte e enfeita a feiúra dos insetos
  • O que nos separa não são palavras, são vontades de não dizer nada
  • Já me imaginei caindo da janela mais de trezentas vezes e empurrei o chão para não cair da cama
  • Se eu tivesse uma rede pararia de esconder estrelas com os olhos
  • Gritar é varrer o desespero sobre multidões
  • Lágrimas são altamente voláteis
  • Voar é mais dificil do que a despedida dos ares
  • Pedras ficam mais pesadas com o tempo que guardam
  • Fechadura trancada divide o tempo em três
  • Fumaça navega sem remo e sem rumo
  • Criança perdida não pede socorro, pede o tempo de volta
  • Caminhos não diferenciam sementes de moedas
  • Quando não havia elevador, as escadas eram videntes
  • Um milhão é menor do que novecentos e noventa e nove mil novecentos e noventa e nove 
  • A vida é indepente do desejo, o desejo é independente do ensejo