Minha foto
cartógrafo de letras, sensações e pássaros

7.14.2012

TEXTO XLVIII : UM RASCUNHO




ói
escrevi um pássaro
de desenhar vento
onde chuva não pia

depois desabrochou
se manchou no lago
caiu num morno de sol
sumiu num borboleteio


7.13.2012

TEXTO XLVII : NAS RUAS DE SÃO PAULO




são paulo cria teias
de excesso

todos competem
silenciosamente

cada vitória vibra
um medo

TEXTO XLVI : POEMA PARA UM ALBUM DE FOTOGRAFIAS




me afundo em memórias
perco horas tentando calçar velhos passos
tento vestir infâncias gastas

        cada tempo que já não me cabe mais

TEXTO XLV : SOBRE AS COISAS



as coisas todas me perseguem
não há o que não seja na corrida
só fugir

alcanço o mais rápido que posso o lá longe
as coisas ainda me perseguem
como desejos

escondo-me entre as paredes, pedras pintadas, 
mão gelada no ombro
as coisas me farejam, chegam perto e param de respirar

quero que não seja nada, quero que tudo desapareça
e voltar a escrever besteiras para ninguém
mas as coisas me encaram com sua silhueta metálica
para dar choque ou até cortar

não sei se me pegam
mas vez ou outra elas voltam



7.10.2012

TEXTO XLIV : UM HAIKAI MALDITO


Vinha rindo por uma rua
        com seu artefato brilhante (e outras coisas)
sem saber que era contramão

TEXTO XLIII : POEMA SEM CABEÇA

Outro dia eu quis dizer assim
                                                                         a.


mas tive preguiça
           

              por que?

nem sei!
e as coisas todas são bobas


às vezes deito na cama pra descansar o chão



7.02.2012

TEXTO XLII : UM POEMA SEM VIZINHOS




Inventei em mim uma casa de poema
                  volta e meia um vendaval de palavras me atormenta