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cartógrafo de letras, sensações e pássaros

9.21.2011

TEXTO XXXIV : UMA MÃO AMIGA

É, meu amigo. Vão te dizer agora, que já era um erro antes, certo mesmo foi o fim. Vão te dizer umas coisas idiotas e elas vão ser cada vez mais idiotas à medida que te jogam no chão. Vão haver outras chances, mas o que importa?, eles não sabem de nada. Vou te fazer um poema e você vai achar um lixo, quem sabe você até se identifica e me diz, que legal, talvez outra hora. Vão fazer de tudo para revirar seus órgãos e você dirá que o problema é coração poroso. Vão te encaminhar a um médico, um psicólogo ou qualquer outro charlatão. Vou te dizer, a vida é um trem, mas só quando você já não puder andar. Ouviremos algumas canções, você vai me olhar, nem precisaremos dizer, a vida é um trem.
Quando reconstruírem seus ossos, quando enxertarem seus músculos, as pequenas veias estouradas de saudade, pode ser que dancemos, e aquela música, a vida é na contra mão. Os labirintos são acidentais, arcoíris também, destinos são provérbios, sorriremos, a vida é azar. 
Não me alongarei se a vida for curta, virá o dia em que verá carrosséis, crianças de mãos dadas com outras crianças, moças altas e rapazes baixos. Te pergunto o que faremos, esperaremos, festejaremos, se esta for sua vontade, quem é que sabe? A vida é uma ilusão.