2.19.2018
TEXTO 165 : MAPA URBANO DA DESIGUALDADE
escravizaram
encravaram
na pele grossa
sem escusa
dentes
lanças
passado
à ferro
e forca
na prática
fez-se
profissão
sem nome
lugar
conta
pra pagar
fez
o golpe
o medo
o suor
gente que
nem nasceu
proscrito
prometido
ao grito
e ao rito
quantos
não passaram
nem dos vinte
por menos
que uns quilates
hoje gente
faz história
coloca no prato
a feijoada
e aguardente
chora de rir
tem
gente presa
piada solta
e
mais gente
que a gente
quer a receita
e os orixás
e as batucadas
e os quilombolas
e o hip hop
e os black powers
e as alforrias
e o axé
e a pomba gira
e as favelas
e no cinema
e na música
e nas ruas
e nos noticiários
e nas lojas
e nas faculdades
e o jazz, e o blues
e as batalhas de rima
e no capão, brasilândia
nos bailes funk
e no ano novo
e no carnaval
e nos barracos
e nas varandas
e nas manifestações
e no futebol
e nas salas de aula
e as vaias
e as valas
e os morros
os presídios
e o congresso
e na presidência
e nos hospitais
e nos tribunais
e na justiça
e a justiça?
e as liberdades
que não prescrevem
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