3.22.2017
TEXTO 152 : POEMA DE JOÃO PARA MANOEL
deus abençoe!
por aqui
em janeiro
só diluvios
benfazejam também
deus remeta!
deus dê força
coragem aqui
dos primeiros
nem urro em murro
pequenices várias
tolero; não
pequenezas
de abstrato
eu em mim; só
3.17.2017
TEXTO 151 : DESCONSTRUINDO UMA IMAGEM
toda vez que eu viro
mundo a quina dele
pede para entrar
de cima daquele muro
eu não sabia que
ia dar
em queda
eu grito eu grito
a voz não corta
quem acerta o golpe
quem me diz
essa tua luta
não vale
de nada
ninguém dá
audiencia pra
mimimi
falou então
o celibatário
gourmet designer
solilóquio afetado
falou vai
fazer tua
revolução com
pallets
ou piso clean
de cimento
queimado
deviam saber que
o teu broadcasting por
iPhone 6S, 7 ervas
é fermento de
outra revolução
faz crescer chinês
no útero de maquinas
brotas filipino de
dentro do tênis
pra
escravidão mesmo
a cegueira é
um par de Ray Ban
TEXTO 150 : UM RECADO PRA QUEM TEM
fazer o quê? se tem que
responder à altura
da reunião das castas
essa plebe que nunca
saiu de cima nem pra
dar o que falar ou dar
sem ter pra quem ver
tenho vinte e sete anos
de sangue e muita bunda
molice acumulada pra
quem não soube o que
guardar
todo esse front sempre
deixou mais vagabundo
ferido que tal______
a pista aumenta sua
velocidade de ires
sob o sol de cimento
desverdes paisagens
vangloriar-se de uma
pele que nunca foi sua
fazer a dança vibrar
pra demolir o espesso
véu
que tem feito estas noites
sinistras formas de de-
dilhar aquela velha
música...
TEXTO 149 : UM PRETEXTO PARA O DESABAFO
sinto como
a alegria que resta
sentir
somente
digo a mim
mesma
que a banda
já não é
o sorriso já
não é
os modos
também
e quem?
quem pede
adeus
dá coragem
pra seguir indo
a flor que
cabe num
remanso é
coisa pra
se chorar
muito piegas
cadê o embalo
as drogas
e
a putaria
a linha esbelta
entre os trópicos
do meu câncer
palavra
escorrida
hoje não
era pra ser
mais um
desamparo
em dormitório
só alegorias!
3.16.2017
TEXTO 148 : DO JAZZ
almost blue
pára pra pensar
a vida
toda passa como
a gilette no rosto
todo dia
quase meia noite
quando parar
de novo vai ser
pra descansar
de quê?
sei lá
inventar a vida
a única coisa
que aceita
repetição
máquina
de desmoinhos
governos
para quem a
coisa tá preta
tá ciano
pastel
marsala
black piano
pra quem o
living é easy
e a contra mão não
dá
num estranho fruto
TEXTO 147 : UM TEXTO SOBRE BOBAGENS
todas
as ondas do rádio
retornam
suavemente
enaltecendo
um amanhã
redobrado às
cobras e cabeças
eu mesmo tenho
um tio que
outro dia não
me ligou mas
pensou em
mim quando viu
passar alguma
coisa pela memória
que já esqueceu
de novo
aqui fico
prendo-me a
somar horizontes
com saudades
um fio de luz
que traz um lugar
feliz assim
é de assustar
pra não falar na outra
pelejo para dar
asas a uma criatura
às pressas
para colorir ou
renovar as chuvas
que vêm - percorrendo -
essa distância
ridícula
além mar!
além sol!
desgovernanças!
porra
não acredito
que já estamos
ainda discutindo
como renomear
desgraças
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