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cartógrafo de letras, sensações e pássaros

6.08.2015

TEXTO 109 : UM POEMA SOBRE A FELICIDADE





APRENDER A MORRER



"Sou tão feliz!
— Vem, noite mansa…"
(Manuel Bandeira)


eu era outro
preocupado em
agarrar a felicidade
quando ela viesse
me encher o peito

era escorregadia
não como ouro
era uma poeira fina
que eu varria
durante a semana

eu queria ser
uma pessoa desgarrada
de vícios
feito personagem
de intervalo comercial
ou velejador

olha onde cheguei
medindo
o peso que o mundo
todo tinha

a vida é longa demais
tempo demais
para morrer
tempo demais
para viver
tempo demais
para procurar

e as crianças
com seus sorrisos
seguem brincando
inventando
e flutuando




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