APRENDER A MORRER
"Sou tão feliz!
— Vem, noite mansa…"
(Manuel Bandeira)
eu era outro
preocupado em
agarrar a felicidade
quando ela viesse
me encher o peito
era escorregadia
não como ouro
era uma poeira fina
que eu varria
durante a semana
eu queria ser
uma pessoa desgarrada
de vícios
feito personagem
de intervalo comercial
ou velejador
olha onde cheguei
medindo
o peso que o mundo
todo tinha
a vida é longa demais
tempo demais
para morrer
tempo demais
para viver
tempo demais
para procurar
e as crianças
com seus sorrisos
seguem brincando
inventando
e flutuando
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