10.26.2015
TEXTO 122 : UM POEMA COM ASAS*
No quarto quieto,
de paredes pardas
de um amargo raso,
este eterno gosto de machucado
retorna
na figura pequenina
da vespa noturna
que atasana minhas horas
no seu debater-se manso
em volta da lamparina
e há nela uma luz menina
que os meus olhos fazem queimar
a vespa esmeralda em
sua dança auriverde
vespa angelical
companheira das mulheres
vespa tímida e platônica
vespa da derrota
vespa de esmero
vespa sonora de notas frias
vespa em caixa
vespa de asfalto
vespa de amantes
vespa contaminada
vespa sem sexo
vespa da vespa
que o vento leva
num gesto tímido
nesta noite quente
de céus estrelados e mesquinhos
* com Pedro Henrique Marangoni
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