12.14.2013
TEXTO XCVI : NÓS, OS VIAJANTES
por não haver o mar por perto
descubro um marinheiro em mim
e transformo o barco dos meus pés
numa viagem sem rumo
outros viajantes sobem à bordo
e juntos deixamos a cidade
e sua crista de luzes diminutas para trás
nós inclusive deixamos pelo caminho
uma trilha com um rastro cheiroso
e então jogamos cartas e cantamos
canções que só se ouve no rádio
ninguém escreve em diários
ou coisa do tipo
somos turistas redescobrindo
um mapa das amizades, cartografando
as sensações de idas e vindas
viajantes do tempo em algum nível
tenho a impressão de que
a viagem não tem volta
somos todos marinheiros
não desejamos mais estar
dentro de nada, apenas contornando
a superfície inscrita da humanidade
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