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5.02.2016

TEXTO 132 : FAZER POEMA QUE É FÁCIL*




fazer poema
que é fácil
fala sério
quero ver
dente no
dente olho virado
quero ver
palavrório
desafiado
dar com a lingua
onde se veste
a carapuça
falar que é fácil
e a poesia toda
dura ruminando
eu tô com a cara
e a coragem
no bolso eu
visto a cobra
mostro o mal
faço pirueta
firula, firanga
fandango, candanga
faço chover carnaval
ruminêscencias
se precisar
faço também
o dito e o redito
o feito
e o mal-feito
te mal-digo
de umbigo
e é o jeito
pois  na
cantiga vou
ungindo
tudo quanto é
direito ,
se lhe mostro
o mal
é porque levo
cobra no peito
essa picada
é poema
e o antídoto
não é perfeito
faço que faço
mas vou fazendo
a esgueio
se tiver chumbo
 no mato
a gente põe
matoabaixo
pra ver achar
o arteiro
que resolveu
atirar
pra matar
poemeiro
rebentou com
tudo quanto
é pomar
de maçã, de figo
e limoeiro
mas o poemar
ta inteiro.

* com Pedro Marangoni



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