5.16.2016
TEXTO 133 : UM ESBOÇO DO RECESSO
a gente ainda não tem
cores ou formas suficientes
para definir melancolia e incompreensão
esse terrível fantasma ou essas dunas
forças inservíveis que se movimentam
na escuridão e nos contornos da ignomínia
como seu amante mais discreto e ciumento
eu também gostaria de rasgar as suas letras
mas daqui do convento da minha casa
(onde ainda o vento leva o sofrimento adiante)
eu tenho a terrível missão de esquadrinhar (ou esquartejar)
não a sua estratégia, mas a sua desgraçada carne
não levo adiante as conversas nem os pesadelos
aqui o que realmente importa são as palavras
com as quais dancemos, refazendo o tempo
a ordem e tudo o que for possível sublinhar
haverá sim, coisas mais interessantes a dizer
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