(V DE VERGONHA)
Se pinta encolhe escolhe e troca
Travessa rebelde sensual
Hoje eles me pagam, hoje eles me querem
Se olha rabisca retoca
Mistura de raças politicamente corretas
Apóia aperta olha o foco congela
Hoje eu sou a mais...a mais...
Na fila risada chacota inveja
Três amigas de saia curta escondida
O seu nome é prefixo de anal
Mas na pista rebola chacoalha
A cena é normal
tudo aqui é normal
O primeiro sorri
disfarça flerta
flecha fisgada
Ela é tão recatada, tão esperta ele diz
Qual seu nome quer beijar
Ele volta revira abraça
Quer carinho sexo oral
Ai me larga nojento sai fora
Com um sorriso idiota
as amigas escondem a cara
Entre o funk o axé rebolation
São eles que vem lhe chamar
Vem aqui abraço beijinho
Mas a força é voraz
Sai daqui que ce quer
Aperta abraça dá a volta
Ela grita ele monta
E num sussurro diz
que ela é a mais
a mais... a mais...
A mais gorda da festa
a maior que sentou
Ela diz que detesta
e todo mundo recuou
Ela chora ele grita
E os outros aplaudem gritam
Segura, segura peão
e as amigas caladas
segurando o vestido
não olham
sentem o corpo no chão
Os peões fazem festa
É rodeio é rodeio
e a menina no meio
cansada e apavorada
tira da bolsa uma faca
Rasga o peão no meio
gorda imprestável
era só brincadeira
Quero ver na justiça
Como ce fica
Sem marca no corpo
Com algema de enfeite
Mas é brincadeira peão
Seu sangue logo seca
Mas quanto tempo ce dura
Com a cara na televisão
Putz, Ricardo...
ResponderExcluirÉ genial. A leitura do poema traz pra quem lê o choque do momento...
É genial porque é o mais perto que vive de trazer a situação pro meu ver... É de sutileza que também densa, sensibilidade, mas acima de tudo: genialidade.
Sou muito à favor de PELO MENOS esse poema ir pra Semana de Liberdade Criativa. Há várias formas de falar coisas e tocar pessoas.
Ainda acho que a melhor é a arte, principalmente quando ela consegue falar mais que palavras dizerem...
Beira o estupro.
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